Segundo Charles Down, o pai da análise técnica, "Os preços descontam tudo, menos os atos de Deus". Para Down, toda a ação humana é refletida no valor dos preços do mercado, exceto os fenômenos naturais como terremoto, furação, e até mesmo uma epidemia em um determinado país ou uma pandemia global.
Como todos sabem, houve um caso de epidemia na China - na província de Wuhan - do vírus conhecido como Corona Vírus. Este tipo de vírus já foi presenciado em outros anos na China, como por exemplo no ano de 2002. Porém, agora no ano de 2020, o vírus disseminou no mesmo período de uma data chinesa importante que é a comemoração do ano novo Chinês, fazendo com que milhares de pessoas migrassem para o país para festejar a data, influenciando a disseminação do vírus pelo mundo.
Depois de noticiado a epidemia, houve uma diminuição da circulação das pessoas no país chinês e mais restrições ás viagens para China e também dentro do país. O governo anunciou uma maior extensão no prazo para reabertura de escolas e fábricas após o ano novo Chinês e isso diminui a atividade econômica, pois diminui o fluxo de pessoas e consequentemente o consumo. Então, os gráficos dos preços do mercado acusam essa diminuição, já que a China é o maior produtor industrial do mundo. Apenas isso já gera uma baixa expectativa de crescimento, fazendo com que os investidores tenham mais aversão ao risco, causando impacto nos mercados de Bolsa.
Caso o vírus não seja contido e venha a acontecer uma PANDEMIA, veremos uma sinalização mais negativa com uma menor atividade econômica e os índices irão cair ainda mais. Porém, até agora não é isso que está parecendo que vai acontecer.
Como vemos no Ibovespa, há um recuo no mercado nesta semana de 5% do movimento anterior com uma divergência dos preços em relação ao oscilador de probabilidade - estocástico - com uma formação de um pivot de baixa, causando uma eminente correção, possivelmente até as retrações de Fibo. Como podemos ver no gráfico, ano passado houve outras correções de escalas maiores, como no mês de outubro de 2019 que tivemos uma correção de 9% do índice brasileiro. Então, ainda não é um cenário preocupante para a economia brasileira. Vale ressaltar que falsos pivot em tendência de alta são comuns, o que pode ser o caso do rompimento desta semana.
Vemos no gráfico do S&P, a formação de um gap de baixa na abertura da segunda-feira passada. Logo depois tivemos uma recuperação do mercado, porém a pressão vendedora continuou nos outros dias da semana, perdendo a mínima anterior, configurando também um pivot de baixa. Também houve um rompimento da LTA desde outubro do ano passado.
Os mercados que sentem mais esta aversão ao risco são os mercados dos emergentes, como o EWZ brasileiro negociado em Nova York. Vemos no gráfico que o preço perdeu o suporte representado pela média móvel aritmética de 50 períodos.
Também vemos a valorização do dólar frente ao real, com a superação da máxima histórica, rompendo a consolidação, podendo seguir uma tendência de alta. Porém, o estocástico indica que a probabilidade de queda do dólar ante ao real é mais viável.
Como há uma diminuição no consumo e também na produção industrial Chinesa, o petróleo que é a principal matéria prima para a fabricação de plastico, gás natural, combustível automobilísticos, entre outros bens de consumo, também sofre drasticamente, como vermos no gráfico a seguir.
Vemos no gráfico diário que os preços está oscilando em cima do suporte anterior e que o estático mostra uma forte sobre venda, indicando que a pressão vendedora está dominando por muito tempo, chegando a 50 dólares o preço do barril. Porém, uma possível reversão é eminente, demonstrando que logo voltará a força de produção industrial e ao consumo.
Interessante notar que o mercado muda rapidamente seu comportamento frente a uma possível catástrofe natural, como afirmada o Charles Down.
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